Os artistas e suas obras

Os artistas e suas obras

Os quadros de Ada Mascolo caracterizaram-se por velaturas sobrepostas, nas quais surgem formas novas e inesperadas, figuras suspensas que flutuam em um universo luminoso. Cristina Mandeli apresenta histórias surreais, excêntricas visões de si, em estilo que remete às histórias em quadrinhos, em meio a bosques onde as árvores se transformam em negros vasos sanguíneos congelados.

Anna Madia apresenta, em suas telas, a força e a intensidade da cor vermelha, símbolo da paixão e do sacrifício. Ela inunda suas figuras femininas reproduzidas com tons leves e difusos, quase querendo conter a inquietude que as atravessa. Já Carlo Galfione faz retratos e desliza velozmente entre as figuras pintadas em papel colorido ou em tecidos adamascados, que formam sua pele. Uma “textura” uniforme e equilibrada, desprovida de profundidade, aprisiona homens e mulheres aos seus preconceitos e mediocridades.

De grande sensibilidade material é o trabalho de Andrea Massaioli, que, com as suas cores vivas, busca um equilíbrio entre o enxugamento casual das pinceladas e a forma dos temas representados. São imagens poeticamente espontâneas, derivadas de sua biografia, sem esconder a intimidade. Pier Luigi Pusole usa a técnica horizontal, na qual a água torna-se parte ativa do quadro, recriando paisagens que, aparentemente, parecem naturais, mas que, ao contrário, pertencem a uma possível brincadeira genética, posta em prática pelo artista, o qual, não sem ironia iconoclasta, declara-se em competição com a natureza. As obras, de fato, fazem parte de um ciclo decenal intitulado “Eu sou Deus”.

Cores transparentes, carregadas de denúncia social saltam das telas de Paolo Leonardo, que recorta e desfaz a imagem fotográfica, investindo-a com a pintura. Não privados de um certo gosto cool, os quadros de Carlo Gloria desfrutam de técnica híbrida, entre fotografia digital, elaboração no computador e óleo sobre tela. Suas figuras são sempre “fora de foco” para subtrair particularidades às pessoas retratadas e transformá-las em tipologias anônimas, em homens comuns. Privados de presença humana são os cortes pessoais “fotográficos” pintados a óleo de Marco Memeo. Em seus quadros, respira-se uma profunda solidão metropolitana, um palpável mal-estar sublimado por um gosto pela beleza da forma.

O ritmo frenético, as cores brilhantes e o movimento incessante estão presentes nos quadros de Nicola Bolaffi. As pinceladas rápidas e arrojadas encontram um ponto de equilíbrio e de resistência nas formas quadradas e redondas que se agregam e desagregam continuamente, assim como o uso de tons pastéis a óleo e cores acrílicas aumentam o contraste cromático. Andrea Gammino e Paolo Pieretto formam o Projeto DOCMIO. Sua produção pictórica baseia-se numa operatividade sinérgica e extrema. As imagens selecionadas, de preferência da internet, constituirão o traço para a execução sobre tela cujo denominador comum é a potência simbólica que atinge o inconsciente coletivo.

Uma leitura de cunho psicanalítico poderia ser feita com as obras de Chiara Pirito. Em suas obras, o clima não é pesado, mas carregado de tensão. Mesmo sendo a inspiração de origem literária, a realização da pintura a óleo passa através de uma série de fotomontagens preparatórias, como traços visuais para uma narração. Os trabalhos de Laura Pugno nascem das fotografias de satélites feitas para a rede – em seguida, levadas para a tela, variando as cores de base com tonalidades acrílicas fluorescentes. Manuele Ceruti trabalha o diferencial visual que a imagem traz em si como um mistério, aquele algo mais que permite funcionar a narração por figuras.

Para concluir, é preciso dar um último nó no tecido da exposição, para que o fio não se desfaça: Davide Le Grazie, com os seus quadros, demonstra possuir grande domínio da técnica pictórica, que o aproxima do hiper-realismo. Suas referências culturais são a pintura sacra do século XVII e o Barroco do sul da Itália. O resultado obtido é uma reflexão sobre os símbolos da devoção sulista italiana, filtrada pelo culto do silicone provocado pela mídia. As mulheres retratadas são “santas” cujas auréolas resplandecem de luzes de neon, onde bate um coração traspassado pelo delta de um rio eletrônico.

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