A Itália sempre esteve no centro da produção cultural ocidental. Sua arte atravessou séculos, ditou conceitos e inovou técnicas, fazendo de seus artistas os grandes nomes da história. Mas qual a arte produzida por lá na atualidade? A Casa Fiat de Cultura responde a essa pergunta com a exposição “Uma certa Itália – 15 artistas do Piemonte na Casa Fiat de Cultura”. Foram reunidas 45 obras de 15 jovens artistas italianos, numa seleção que mostra a multiplicidade e a qualidade artística da Itália contemporânea. O público pode conferir a mostra entre os dias 7 de julho e 7 de setembro de 2015, com entrada gratuita.
A região do Piemonte, na Itália, reconhecida pelas tradições camponesas e pela imagem industrial por entre os Alpes, passou, nos últimos 40 anos, por uma efervescência artístico-cultural, sobretudo na cidade de Turim. Uma região de realidade sociocultural circunscrita viu nascer uma nova geração de pintores, que, influenciados por tecnologias e meios de comunicação da pós-modernidade, vieram rejuvenescer a produção artística local e apresentar a cultura piamontesa ao mundo.
Com curadoria do especialista em arte contemporânea e Presidente da Associação Cultural Ítalo-Brasileira (ACIB), Renato Scalon, a exposição apresenta três obras de cada artista, sendo duas com medida de 80 cm x 80 cm e uma com 100 cm x 100 cm. Com menos de 50 anos de idade, nascidos na era digital, os artistas resgatam a pintura em técnicas e estilos diversos e estabelecem um contraponto entre o avanço tecnológico e a tradição pictórica. Esta geração de artistas representa o retorno à tela, à pintura, como possibilidade de criar imagens íntimas em um mundo completamente exposto, saturado de aparências, como é o pós-moderno.
A mostra conta com obras dos artistas Nicola Bolaffi, Manuele Cerutti, Docmio, Carlo Galfione, Carlo Gloria, Davide Le Grazie, Paolo Leonardo, Anna Madia, Cristina Mandelli, Ada Mascolo, Andrea Massaioli, Marco Memeo, Chiara Pirito, Laura Pugno e Píer Luigi Pusole – todos da região do Piemonte, na Itália. Eles viram na pintura a melhor forma de expressão e trazem para suas telas elementos da globalização, além de se utilizar da tecnologia atual.
Renato Scalon explica que a mostra sintetiza bem os estilos que têm chamado atenção naquela região. “A escolha de cada um dos artistas foi baseada na relevância de suas pinturas no cenário artístico, já com uma carreira consolidada, premiada e amplamente apreciada entre os críticos. Cada um, a seu modo, com linguagens e técnicas distintas, é capaz de emocionar o público, mostrando a sua forma de ver o mundo por meio da pintura”, acrescenta.
Para o presidente da Casa Fiat de Cultura, José Eduardo de Lima Pereira, “a Casa Fiat de Cultura tem no Piemonte a sua referência cultural italiana, berço de sua matriz industrial, que, em Minas, aportou nos anos 1970. É com alegria que mostramos ao público mineiro esta ‘certa Itália’: uma Itália Piemontesa”.
A multiplicidade é perceptível entre as temáticas dos artistas, mas é possível notar certas constantes em suas telas. O retrato, por exemplo, ocupa uma sala inteira na mostra. Vários artistas, com estilos distintos, viram ali uma forma de se expressar. Cenas do cotidiano, paisagens, atletas e animais ganham atenção, assim como referências do universo artístico, como personalidades mundiais e personagens que marcaram o cinema.
Pinturas abstratas também ganham espaço na mostra, traduzindo em imagens sentimentos e pensamentos em pinceladas. Na última sala, o público poderá conhecer um pouco mais sobre o processo criativo dos artistas, por meio de uma projeção audiovisual, em que cada pintor fala de inspirações, anseios e técnicas.
Além das 45 telas, a exposição conta com o contraponto de uma instalação que une arte e tecnologia. Trata-se do robô Racer, o mais rápido do mundo em sua categoria, criado pela Comau, empresa de sistemas automáticos e flexíveis do Grupo FCA e patrocinadora da exposição, que dá as boas-vindas ao público. A instalação ganhou uma leitura contemporânea criada pelo designer Mario Suarez, que personalizou o robô com referência a um braço humano tatuado.
Ao “tatuar” o braço robotizado, Suarez apresenta o design também como forma de arte. Artista argentino com experiência na Itália e no Brasil, sua obra utiliza linguagens variadas, que combinam grafismos, arte digital, textos, gravuras e fotografia. Para a intervenção no Racer, a inspiração foi nas tatuagens dos braços dos estivadores, em que as mais recorrentes foram estilizadas, a exemplo de imagens de âncoras, pin-ups, caveiras, entre outros, tornando-se referências visuais contextualizadas com o mundo robótico. Suarez realizou inúmeras exposições individuais e coletivas em países como Argentina, Brasil, Chile, Espanha e Itália. Suas obras fazem parte de várias coleções particulares.
A relação entre a robótica e a arte já vem rendendo importantes resultados. Centenas de artistas ao redor do mundo usam as novas tecnologias como ferramenta para expressão e análise cultural. Robôs, por exemplo, podem ser programados para auxiliar em esculturas de grande porte e fazer traços contínuos. Há alguns anos, robôs da Comau foram utilizados para escanear os célebres profetas de Aleijadinho, em Congonhas, com o objetivo de gerar réplicas 3D e contribuir para a preservação das obras.
Realização da Casa Fiat de Cultura, em parceria com a Associação Cultural Ítalo-Brasileira (ACIB), patrocínio da Comau e apoio cultural da Globo Minas e do Consulado Italiano em Belo Horizonte, a exposição integra a programação do Ano da Itália na América Latina.
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