Década a década: acontecimentos

Década a década: acontecimentos

1899/1909 – Marcado por colapsos de impérios e o nascimento de novas nações, o século XIX foi um período de crescimento tecnológico e de avanços medicinais. A chegada das ferrovias tornou o transporte terrestre mais significativo e fortaleceu a urbanização de vários países. Em 1899, o Caffè Burello, em Turim, foi o berço do automobilismo na Itália. Lá aconteciam as reuniões de constituição da Fabbrica Italiana Automobili Torino – Fiat. Os automóveis se tornaram símbolo de inovação tecnológica e objeto de desejo, embora ainda fosse um artigo de luxo. Também foi nessa época que as famílias de italianos chegavam ao Brasil, enriquecendo ainda mais a identidade nacional, por meio de valores como a união familiar e a força de trabalho.

 

1910/1919 – A Fiat cruza o oceano, no mesmo percurso feito pelos imigrantes, e chega Argentina, para iniciar uma fase de expansão. Paralelamente, os italianos continuam se instalando na Argentina e no Brasil e ficaram marcados pela forma de se vestirem, seus traços físicos e famílias numerosas. O setor agrícola ganha forte influência dos italianos, não apenas na mão-de-obra, amplamente empregada nas plantações, mas pelos automóveis para o campo produzidos pela Fiat – que ressignificou a utilização de veículos a motor. De 1914 a 1918, eclodiu a Primeira Grande Guerra. A indústria foi transformada pelos conflitos bélicos e inúmeras mulheres e crianças se tornaram operárias, enquanto os homens partiam para os campos de batalha. Naquela ocasião, as fábricas de Turim foram o berço da primeira motorização em massa entre as guerras, e a economia italiana teve um milagroso crescimento.

 

1920/1929 – Após a Primeira Guerra Mundial, a Itália via nascer o Fascismo, movimento que mudou a história do país. Enquanto a Europa se recuperava da guerra, a Argentina passava por um período de prosperidade. Em 1919, nascia a sucursal da Fiat Turim, em Buenos Aires. Apenas seis anos depois, foi aberta a segunda sucursal argentina. No país, a empresa se especializou em venda e assistência técnica de caminhões e carros vindos da Itália. O Brasil vivia um grande movimento de urbanização de suas cidades, especialmente com a chegada de imigrantes italianos. Pequenos comércios e indústrias foram expandidos, aumentando o contingente de comerciantes, artesãos e industriais.

 

1930/1939 – O crescimento da indústria nacional substitui as importações de produtos na Itália, o que propiciou significativo crescimento econômico ao país. A migração transoceânica diminuiu, mas a influência italiana continua forte na América do Sul. Na Argentina, as fábricas funcionam com um grande número de mulheres italianas, que levaram para o país as habilidades aprendidas em sua terra natal. No Brasil, os imigrantes estão cada vez mais inseridos na sociedade e a primeira geração de descendentes começa a nascer, acompanhando o crescimento populacional brasileiro. Nessa época, a Fiat começa a produzir carros pequenos e econômicos, como o Fiat 500, que tinha linhas arredondadas e era um dos menores do mundo – o que foi essencial para entrar em um mercado pouco consolidado.

 

1940/1949 – Essa foi uma década marcante. Entre 1939 e 1945, o mundo viveu o horror da Segunda Guerra Mundial. Embora o Brasil e a Argentina tenham participado de forma modesta, a Itália esteve no centro do conflito e ingressou ao lado dos Países do Eixo, contra os Aliados. Indústria, ciência e economia voltaram seus esforços para a guerra. Ao final da guerra, uma nova onda de migração acontece e cerca de 300 mil italianos aportam na Argentina. Já no Brasil, a vinda de italianos entrou em decadência e recebeu apenas 15 mil imigrantes entre 1940 e 1945.

 

1950/1959 – A Itália passa por seu “milagre econômico” e, ao retomar as atividades do período que antecedeu a guerra – como a produção de automóveis – rapidamente se torna uma potência mundial na economia e na indústria. Com a produção de locomotivas, carros ferroviários, máquinas de lavar roupa e refrigeradores, a Fiat começa a fabricar seus produtos em larga escala, com acelerado crescimento, e se insere, cada vez mais, na vida cotidiana das pessoas. Apesar da forte participação das mulheres no corpo de operários de diversas indústrias, a balança profissional ainda sofre com desigualdades.

 

1960/1969 – A expansão econômica da Itália inspirou a Fiat, que, com seus automóveis, mudou o caráter agrícola e pobre do país, para uma nação moderna e motorizada. A industrialização do norte italiano atraiu cerca de 300 mil sulistas e o desemprego caiu consideravelmente. Na Argentina, os investimentos nos setores de energia e indústria devolveram certa autossuficiência ao país. No Brasil, o Regime Militar foi instituído, em 1964, mas o país continuou vivendo tradições como o Carnaval, que tinha fantasias inspiradas em personagens clássicos do teatro popular da Itália, a exemplo da Colombina e do Arlequim. Os Centros de Design da Fiat se tornam fundamentais para a concepção e produção de carros, com a preocupação de aliar estética e funcionalidade.

 

1970/1979 – O crescimento da indústria automobilística, bem como a estabilidade econômica e o aumento do poder aquisitivo contribuíram para o desenvolvimento das cidades, com estradas, transportes coletivos, mobilidade e conveniência. Em 1976, a Fiat inaugura sua fábrica em Betim, Minas Gerais, transformando o cenário industrial da região. A cidade, com apenas 40 mil habitantes na época, hoje possui economia fortemente baseada na indústria automotiva, tendo atraído outras empresas para a produção de peças e insumos. A obra demorou dois anos para ficar pronta, em um terreno de 2,25 milhões m². Com o programa Proálcool, criado pelo Governo durante a crise da Gasolina, a Fiat lança o 147, movido à álcool – um reflexo dos novos tempos.

 

1980/1989 – Essa foi uma década de fatos marcantes: fim da Guerra das Malvinas, entre Inglaterra e Argentina; o desastre de Chernobyl; a queda do muro de Berlin. A população mundial chegou a 5 bilhões de pessoas. Acompanhando as evoluções da sociedade, a Fiat lança o Uno, em 1983. Com o conceito “pequeno por fora e grande por dentro”, foi o modelo mais vendido da marca até hoje, tendo sido produzidas 4 milhões de unidades na fábrica de Betim.

 

1990/1999 – O fortalecimento da democracia, da globalização e do capitalismo marcam essa década – que teve forte desenvolvimento tecnológico. O Google foi fundado em 1998 e a internet começava a se tornar popular. Os avanços chegam à indústria automobilística, mais moderna, com produção robusta, capaz de atender demandas em escala mundial. À época, a fábrica da Fiat em Betim passou por um processo de “mineirização”, visando melhorar sua logística de produção. Graças a isso, 70% dos materiais usados pela Fiat Brasil são provenientes de empresas sediadas em Minas Gerais.

 

2000/2009 – Nos anos 2000, o fluxo de migração se inverte e muitas pessoas começam a ir para a Itália, que entra para a rota da imigração moderna. A Argentina, conhecida como a mais europeia das nações latino americanas, teve o inédito registro, nos anos 2000, de que a comunidade de imigrantes de países limítrofes ultrapassou a quantidade de imigrantes europeus, segundo o censo realizado na época. O Brasil ganha projeção internacional e continua sendo visto como um bom destino para imigrantes. Em Minas Gerais, a Fiat cria o projeto “Árvore da Vida”, que promove atividades socioeducativas e ações de incentivo à geração de emprego no entorno da fábrica, em Betim. Pautada pelos pilares de investimento em educação e desenvolvimento da cultura – muito forte na Itália – a iniciativa reforça a italianidade da Fiat e seu compromisso com a sociedade.

 

2010/2019 – A tecnologia continua a se expandir rapidamente em todo mundo. Em 2014, a Fiat se une à Chrysler e forma a Fiat Chrysler Automobiles (FCA), trazendo mais inovações tecnológicas e sustentáveis, com projetos que visam, não apenas o crescimento comercial, mas o desenvolvimento das comunidades em seu entorno. Com 16 mil funcionários apenas na planta em Betim, a Fiat tem quadro funcional composto por mineiros, descendentes de italianos e pessoas de outras origens, reflexo da riqueza de origens tão características do povo brasileiro. Vale destacar que, nos últimos dez anos, os fluxos migratórios mudaram e a Europa se torna ponto de chegada – e não de partida. Milhares de imigrantes saídos da África, do Oriente Médio e da Ásia Meridional buscam refúgio em diversos países. E o Brasil continua na rota da migração, em um fluxo que está em constante transformação, mas nunca acaba.

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