Almanaque – Pinturas de Miguel Gontijo

Almanaque – Pinturas de Miguel Gontijo

21 de junho a 24 de julho de 2016

O multifacetado almanaque de Miguel Gontijo

Casa Fiat de Cultura apresenta exposição com 66 pinturas inéditas do artista mineiro

Na sociedade contemporânea, o conhecimento é construído por meio do compartilhamento de informações. A incessante chuva de dados precipita-se de diversas fontes, com ou sem amparo científico. Antes da internet, porém, pequenos periódicos de variedades – os almanaques – bem poderiam ser chamados de predecessores da web. Como forma de promover um paralelo entre velhas e novas mídias, a Casa Fiat de Cultura apresenta, entre os dias 21 de junho e 24 de julho, a exposição “Almanaque – Pinturas de Miguel Gontijo”, marcada pela visão irônica, nostálgica e expressiva do artista mineiro. Com entrada gratuita, a mostra questiona a superficialidade das informações, a memória, o saber popular e o mundo artificial e caótico em que vive o homem da atualidade.

Com curadoria de Robson Soares, a mostra é composta por 66 obras inéditas, pinturas acrílicas sobre tela, finalizadas com óleo, que, juntas representam um novo almanaque. Trata-se de percurso expográfico que reproduz uma “publicação” não tradicional, sem foco na cronologia, mas em pinturas que misturam símbolos, personagens, objetos e infinitos elementos, e são capazes de levar o público a desvendar os enigmas propostos por Miguel Gontijo.

As telas serão distribuídas em três módulos: as possíveis confecções de uma capa de almanaque, reproduzidas em 42 telas de pequeno formato, que medem 0,30 X 0,21m, o conteúdo que preenche suas páginas, retratados em 20 pinturas de grande porte, com medidas de 1,25 x 1,43m, e dois “livros de artista”, com 48 e 28 páginas, respectivamente. Os livros finalizam a exposição, a exibir, página a página, o entendimento do artista sobre o novo almanaque, e poderão ser manuseados pelos visitantes com o auxílio de luvas. Todas as obras foram executadas em 2015 e 2016, e, pela primeira vez, serão apresentadas ao público.

Com o conjunto de obras, a exposição tenta criar um exemplar de almanaque com conteúdos contemporâneos, considerando não mais um homem atrelado ao saber da terra, mas um indivíduo perdido no excesso de informações nele injetado. A grande quantidade de ícones nos quadros representa tal volume conturbado de dados, em um paralelo constante entre o passado e o presente, assim como entre os costumes tradicionais e contemporâneos, com toques de elementos inusitados, que atraem o olhar do espectador a cada visita ao quadro.

Miguel Gontijo explica que, “enquanto o velho almanaque assume o papel de espelho do mundo natural, o almanaque da exposição reflete um mundo artificial e caótico”. Aliás, numa crítica à expressão “cultura de almanaque”, que se refere à superficialidade e à inutilidade, a mostra destaca a característica das gerações atuais, que acessam volumes intensos de conteúdo, mas sem se aprofundar no conhecimento. O Presidente da Casa Fiat de Cultura, José Eduardo de Lima Pereira, completa que “a banalização da informação, marca de nossos tempos eletrônicos, pressiona por liquidificar o saber, criando a aparência de tudo poder-se alcançar com a googlagem fácil e traidora. Daí, penso eu – Miguel não me disse isso – é que advém este Almanaque que aí está: para mim, Miguel se diverte muito com aquilo que nossa geração chamava “cultura de almanaque” e que agora se potencializou por quatro, oito, dezesseis gigas. A Casa Fiat de Cultura está feliz por ser cúmplice de Miguel Gontijo.”

O curador Robson Soares destaca, ainda, o caráter nostálgico da mostra, ao relembrar os antigos almanaques: “Deparei-me com quadros de Miguel Gontijo. Reconheci um desenho da Folhinha Mariana e minhas lembranças se voltaram à casa de minha avó, onde santos e terços dividiam espaço com o almanaque, que era religiosamente consultado. Lembranças dos velhos almanaques de ‘pharmácia’ voltaram à minha mente, com humor, propagandas de Emulsão Scott, Xarope Vick e textos de política e ciências. Não havia televisão e internet, e nada era globalizado. Percebi, em um instante, que os símbolos, escritas, tudo dizia respeito às minhas recordações, às minhas memórias. Além disso, as escritas contavam minha história”.

A exposição é uma realização da Casa Fiat de Cultura e do Ministério da Cultura, viabilizada pela Lei Federal de Incentivo à Cultura, por meio do Governo Federal, e conta com o patrocínio da URB Topo e da Vallourec, com apoio cultural do Cine Theatro Brasil Vallourec e apoio do Circuito Liberdade, do Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais – IEPHA-MG, da Secretaria de Estado de Cultura e do Governo de Minas.

Praça da Liberdade, nº10, Funcionários | CEP: 30140-010 | Belo Horizonte/MG - Brasil
Tel: +55 (31) 3289-8900
Horário de funcionamento: terça a sexta-feira, das 10h às 21h; sábados, domingos e feriados, das 10h às 18h
Visitas agendadas sob consulta

TODA PROGRAMAÇÃO DA CASA FIAT DE CULTURA É GRATUITA

Atendimento acessível sob demanda, mediante disponibilidade da equipe.

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