No momento de planejar a expografia de “O Inferno de Dante – Valentina Vannicola na Casa Fiat de Cultura”, o arquiteto Paulo Waisberg conta que a primeira inspiração veio das obras de Valentina, sobretudo da paisagem desolada escolhida pela artista para a captura das imagens. Foi da relação entre o material visual e a obra de Dante Alighieri que surgiu um elemento atípico para instalar as 15 obras: a terra. Da terra, brotam cavaletes que sustentam as imagens, que são abrigadas em uma galeria com paredes e teto pretos, criando um espaço ainda mais dramático. “O espaço imersivo transforma os sentidos e estimula o imaginário. Ao criar essa atmosfera as pessoas se percebem em um outro lugar e o conteúdo da exposição se amplifica, potencializando a experiência – comenta o arquiteto.
Outro ambiente foi criado para que o visitante tenha uma contextualização sobre a vida do poeta e A Divina Comédia. Este espaço traz o carvão como elemento expográfico e, no centro da galeria, está o rosto de Dante, extremamente expressivo, “como se estivesse observando tudo o que acontece”, explica Waisberg. O arquiteto explica que a referência ao carvão surgiu como ideia no início do poema de Dante, quando ele relata estar perdido numa selva escura.
A sala contará com ilustrações de Gustave Doré sobre A Divina Comédia e exibirá trechos do filme L’ Inferno (O Inferno), de 1911, com direção de Giuseppe de Liguoro, Francesco Bertolini, Adolfo Padovan, sendo, provavelmente, a primeira adaptação da obra para o cinema mudo. Além disso, o público poderá apreciar exemplares raros de A Divina Comédia, vindos do acerto da Biblioteca Pública Estadual de Minas Gerais. Dentre eles, uma edição de 1878 escrita por Pier Angelo Fiorentino e com gravuras de Gustave Doré, apontada por Charles Baudelaire, Victor Hugo e Félicité Robert de Lamennais como a melhor tradução da obra de Dante; e uma edição considerada uma das primeiras traduções integrais de A Divina Comédia para o português no Brasil.
Conectado à estética da exposição, um espaço dedicado a leitura, onde estarão à disposição do público exemplares diversos de A Divina Comédia. Haverá, também, uma mesa sensorial, para experimentação. Neste espaço, os visitantes poderão tocar em elementos que integram a exposição, como a terra e o carvão, ampliando as possibilidades de fruição e interação com a obra.
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