CASA FIAT DE CULTURA REFLETE SOBRE TEMPORALIDADE E DESLOCAMENTOS TERRITORIAIS NA EXPOSIÇÃO “TRÊS TEMPOS”
Nova mostra, da artista carioca Julia Arbex, usa o carvão como matéria-prima principal
em desenhos tridimensionais
O filósofo grego Heráclito dizia que “Tudo flui e nada permanece”, em um constante processo de transformação da natureza. A partir da investigação dessas mudanças, a artista Julia Arbex desenvolve a nova exposição da Casa Fiat de Cultura, “Três Tempos”, que divaga sobre a temporalidade, além da potência e a brutalidade do carvão, principal matéria-prima das obras expostas. Escolhida no 6º Programa de Seleção da Piccola Galleria da Casa Fiat de Cultura, a mostra fica em cartaz de 30 de janeiro a 24 de março, e apresenta duas séries que dialogam com o transitar das placas tectônicas, suas reconfigurações e as alterações territoriais no mundo. Para marcar o início da exposição, no dia 31 de janeiro, às 19h, será realizado um bate-papo virtual com a artista. A transmissão será realizada no YouTube da Casa Fiat de Cultura, com inscrição gratuita pela Sympla.
O carvão está presente no planeta antes mesmo dos seres humanos. É o material de desenho e de esboço mais antigo do mundo: desliza pelo papel e pode ser apagado sem deixar marcas. Em “Três Tempos”, a versatilidade desse material é explorada em diferentes formatos, propondo reflexões sobre o passado, o presente e o futuro. “O carvão é um material clássico, que eu consigo usar em diferentes processos. E me interessa muito, na minha investigação artística, entender a forma como ele se comporta, ainda que eu não tenha controle sobre ele”, explica Julia Arbex.
Na primeira série de obras, intitulada “Terra Plana”, são apresentados sete recipientes de água que, aqui, funcionam como suporte. A artista desenha territórios imaginários com carvão em papel de algodão e os transfere para a água, criando uma espécie de mapa que está sempre em movimento e flutuando. Para a Julia, além da clara alusão ao movimento das placas tectônicas, a obra também tem um contexto político, discutindo as diferentes concepções de planeta no imaginário das pessoas.
Já em “Deslocamentos Continentais”, o público poderá conferir o resultado do deslocamento da massa de carvão, transferida e reconfigurada: o desenho, transformado, sai da água e retorna para o papel, em uma segunda etapa do processo. São mais de 20 quadros com essas imagens, posicionados quase como se fossem ilhas. “A ideia é representar a construção de territórios, com mapas que são reconfigurados o tempo todo. Ao mesmo tempo, respeito a contração geográfica e a sensação de movimento”, analisa a artista.
Para Fernanda Lopes, crítica de arte e pesquisadora que assina o texto curatorial da mostra, o tempo é o elemento fundamental desses trabalhos e o carvão ajuda a contar essa história, já que remete às origens dos primeiros desenhos e, na contemporaneidade, tem seus limites explorados em práticas como escultura, performance, vídeo e até instalação. “Nas duas séries, a imprevisibilidade e a impermanência são dimensões que se fazem presentes. Não só porque o carvão reage de maneiras diferentes ao papel e à água, mas também porque quando está flutuando, ele não fica imóvel, gerando desenhos que não podem ser controlados”, analisa.
A exposição “Três Tempos” é uma realização da Casa Fiat de Cultura e do Ministério da Cultura, por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura. Conta com patrocínio da Fiat e do Banco Safra, e copatrocínio do Banco Stellantis e da Brose do Brasil. O evento tem apoio institucional do Circuito Liberdade, além do apoio do Governo de Minas e do Programa Amigos da Casa.
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