Programação

17/05 – Marcia Tiburi FELICIDADE E INFELICIDADE: O DESEJO E A ÉTICA

A felicidade é um tema filosófico. Muito antes de ter sido reduzida em nossos tempos a uma mercadoria publicitária, a felicidade era um ideal ético. A desvalorização da felicidade no contexto capitalista relaciona-se ao mundo do espetáculo, à banalização do desejo e também do sentido dos afetos em nossas vidas. Antes de qualquer análise temos que nos perguntar se ainda podemos falar de felicidade em nossos dias, e de qual felicidade? Não teríamos, hoje, quando vemos a colonização do desejo aniquilar o sentido da convivência e da auto-descoberta, que devolver a felicidade ao campo da ética? Ou a ética à felicidade?

24/05 – Marcia Tiburi A INDÚSTRIA CULTURAL DA FELICIDADE

Do século XX até hoje a inteligência e a sensibilidade coletivas vivem sob o jugo da Indústria Cultural. Podemos dizer que o todo da cultura se tornou indústria. Nossa vida sensível toma consciência de si por meio das manifestações artísticas, da educação, da leitura. Das artes clássicas à arte culinária podemos dizer que há um trabalho humano de intensificação e valorização das experiências vividas. A Indústria Cultural é hoje a produção de experiência empobrecida. Desde a televisão (o nervo central da produção de imagem), até a alimentação (há uma Indústria Cultural que coordena o processo alimentar como processo social), passando pela saúde física (a Indústria da Vida Saudável) e pela saúde mental (Indústria da Vida Feliz), todos os processos humanos passam por um método de uniformização e banalização ao qual podemos chamar de Indústria. Cabe avaliar se a Indústria Cultural da Felicidade afetou as nossas vidas.

31/05 – Alexandre Veloso de Abreu A FELICIDADE NA LITERATURA

Assim como a felicidade foi um ideal filosófico, ela foi representada no universo da literatura. Assim, partimos de um panorama da felicidade em marcantes obras da literatura ocidental, explorando as diversas nuanças do sentimento, desde seu aspecto mais “maniqueísta”, até concepções mais fluidas e ambíguas. Reflete-se se a felicidade é aspiração por um final feliz ou, nos dizeres de Clarice Lispector, clandestina.

07/06 – Miriam Goldemberg A FELICIDADE, A BELEZA E O CORPO

O corpo é um capital na sociedade brasileira. A beleza é um ideal construído. As diferenças culturais entre o corpo masculino e feminino definem o lugar que cada um pode ocupar no mercado sexual. Modelos de corpo e de beleza definem, neste sentido, o que podemos considerar como felicidade. Mas que tipo de confusão surge quando as pessoas acreditam em um ideal tão curto e tão efêmero de felicidade?

14/06 – Marcia Tiburi A FELICIDADE E A DOR DOS OUTROS

No contexto da sociedade espetacular, a sociedade que supervaloriza a imagem a ponto de idolatrar narcisicamente o próprio corpo e o corpo belo dos outros, há também o desejo perverso de conhecer o sofrimento alheio. Sabemos que o sofrimento sempre foi representado na poesia, na literatura, nas artes da pintura e no cinema. Mas o que acontece com o surgimento da fotografia? Com o cinema? E com o incremento da televisão? Qual a diferença entre a dor representada nas artes e a dor real mostrada nos veículos de comunicação? Que sentimentos estão em jogo? A compaixão, ou será o ódio, o afeto que nos rege nos tempos apocalípticos em que vivemos?

28/06 – Marcia Tiburi A FELICIDADE NA ERA DIGITAL

A Internet é a nova promessa de felicidade. Seu valor está como o valor de uma nova roupa, uma casa nova, um novo carro, depois que os velhos bens não servem mais. É como se o corpo, a vida corporal, as relações no campo do atual (o espaço que compartilhamos com nossos corpos) se transformasse em mercadoria de segunda mão. Todos querem a vida zero quilometro. Com sua promessa de recriação e reinvenção é isso o que a Internet sugere. Relacionamentos tornam-se tão fáceis quanto descartáveis. Sejam amizades, amores, casos, o que há de mais simples é trocar de avatar e seguir sendo outra coisa que não se é. O que a internet realmente promete e o que ela de fato realiza? Quem é o ser humano dentro deste novo mundo admirável?

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