Rodin (1840-1917) sempre conservou os elementos integrantes de seu universo tanto quanto suas obras. Um amontoado de antiguidades greco-romanas, miniaturas persas e gravuras japonesas, artigos de imprensa, livros, revistas, correspondências e arquivos fotográficos preenchiam gavetas, vitrines e prateleiras de seus ateliês e suas casas. Ao longo da carreira, Rodin reuniu cerca de 7 mil fotografias dele próprio, de seus próximos e suas esculturas.
A técnica da fotografia mostrou-se inicialmente, para Rodin, um instrumento útil para subsidiar e fazer avançar seu trabalho como escultor. Suas obras eram fotografadas durante o processo de criação e o artista, recortando as imagens, testando novas combinações, realizando intervenções com crayon ou tinta, fazia experimentações em duas dimensões, buscando novas interpretações e soluções escultóricas. A seguir, passou a utilizá-la como o principal meio de divulgação de sua obra na França e no exterior.
As imagens fotográficas de suas esculturas nos catálogos e na imprensa permitiram que seu trabalho conhecesse ampla circulação.
Numa fase posterior, suas obras tornaram-se objeto de reinterpretação dos fotógrafos ligados escola pictorialista, como Edward Steichen e Haweis e Coles, além de Jean Limet, que, com suas imagens, ofereceram uma nova leitura artística das esculturas de Rodin.
Com a morte do escultor, sua coleção de fotografias, que refletia não só seu percurso como escultor mas também a evolução técnica do novo suporte nessa sua fase inicial, caiu no esquecimento e assim permaneceu por várias décadas.
Somente em 1960 a coleção foi redescoberta e, a partir da década de 1970, pesquisadores passaram a ter acesso aos arquivos do Musée Rodin, o que permitiu que vários projetos tomassem forma.
O estabelecimento de uma relação entre as esculturas, os desenhos, as coleções, os arquivos e as bibliotecas de Rodin jogou uma nova luz sobre essa ampla produção fotográfica. Os raros registros fotográficos puderam ser decifrados não só em seu cruzamento com a carreira do escultor, mas também com a própria história da fotografia.
O processo complexo das ligações entre a fotografia e a escultura de Rodin, assim como a maneira pela qual uma se envolveu no desenvolvimento e na interpretação da outra, constituiu o tema da exposição organizada pelo Musée Rodin, em Paris, no final de 2007 e início de 2008.
À exposição parisiense, agora apresentada pela primeira vez fora da Europa e composta de 194 fotografias originais, realizadas entre 1877 e 1917, soma-se um conjunto de 22 esculturas de Rodin que possibilitam um diálogo desejado e permitem uma melhor compreensão do processo de criação do escultor e da maneira pela qual cada um dos fotógrafos captou esse processo.
Entre as peças presentes na exposição, destaca-se a monumental escultura Les Trois ombres [As Três sombras], que foi retirada do próprio jardim do Musée Rodin, onde se encontra instalada.Também estão presentes uma versão de L’Éternel printemps [A Eterna primavera], bronze concebido em 1886, e a escultura Les Bénédictions [As Bênçãos], uma de suas mais bonitas peças em mármore, realizada entre 1896 e 1911, nunca antes mostradas fora do museu.
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