Retratos de Comerciantes na Casa Fiat de Cultura
Em exposição inédita na Piccola Galleria, artista visual Daniel Pinho apresenta um olhar antropológico e estético sobre o cotidiano e os profissionais contemporâneos
A nova exposição da Piccola Galleira da Casa Fiat de Cultura apresenta uma perspectiva sensível do cotidiano representada pela realidade dos comerciantes italianos, sob as lentes do artista visual mineiro Daniel Pinho. A mostra “Ritratti di Commercianti” é um conjunto de 16 retratos, que representam, sob uma ótica que une arte e antropologia, proprietários de pequenos comércios na cidade italiana de Bologna, cidade em que o artista viveu por quatro anos. A mostra tem entrada gratuita e fica aberta ao público entre os dias 7 de fevereiro e 12 de março de 2017.
Um recorte da série “Ritratti di Commercianti”, criada entre 2011 e 2014 por Daniel Pinho, a seleção é uma espécie de catalogação de profissões, que apresenta comerciantes italianos em 16 retratos impressos em fine art Lambda e emoldurados, fotografados em câmera digital. Durante sua estada em Bologna, na Itália, o artista representou comerciantes de sapatos artesanais, gráficas, hortifruti, bolsas e acessórios, roupas, tecidos, produtos de limpeza, açougue, caixões funerários, padarias e pubs. Para escolha dos personagens a serem fotografados, o artista se lançava em derivas pela cidade e entrava nas lojas que mais lhe chamavam a atenção. Segundo o artista, “raros comerciantes se recusaram a participar da série. Pelo contrário, a maioria gostava da proposta e sentia certo orgulho do próprio ofício. Eu caminhava levando câmera e tripé, entrava nos estabelecimentos, conversava com as pessoas e explicava o projeto”, comenta.
Para o artista, representar o profissional inserido em seu ambiente de trabalho e os objetos que o circundam é uma forma de arqueologia humana. “Cada foto conta uma história, descreve uma pessoa. Acredito que comerciantes são figuras que espelham muito bem o que é sociedade. Uma loja de comerciantes chinesas, por exemplo, diz muito dos fluxos de imigração, do consumismo da nossa sociedade, da produção de objetos de 1,99, etc”. Desta forma, o trabalho de catalogação da fotografia fornece chaves de leitura fundamentais para que as futuras gerações conheçam a realidade em que vive a geração atual. Por isso, o trabalho reforça o papel da fotografia como instrumento de documentação e de construção de uma memória coletiva.
Com uma tentativa de encontrar um limiar sutil entre os aspectos antropológico e de memória e o estético, Daniel Pinho explica que as pessoas retratadas nas fotografias são como esculturas que estão inseridas no panorama do lugar que ocupam. Na foto em que registra o vendedor de produtos de limpeza, assim como nas outras imagens, o comerciante, que é o protagonista, está no centro da foto, rodeado pelos objetos e elementos do cenário que revelam quem ele é, como se veste, o mundo do qual faz parte, os objetos ou ferramentas que usa para trabalhar, os costumes da cidade e da época, e vários outros detalhes que compõem a cena. Além das imagens, também fará parte da exposição um mapa da cidade de Bologna, com os pontos fotografados.
Em 2016, ano em que comemora 10 anos de atividades, a Casa Fiat de Cultura abriu as portas da Piccola Galleria, seu novo espaço para as artes visuais, em um programa de seleção de exposições individuais ou coletivas. A instituição convidou os artistas mineiros Yara Tupynambá, Miguel Gontijo, Fernando Pacheco e Umberto Nigi, que já realizaram exposições na Casa Fiat e têm visões e opiniões distintas sobre a arte, para selecionar os trabalhos. Dentre os 40 inscritos, os artistas Antonio Pinto da Fonseca Junior, Daniel Pinho, Daniel Tavares, Marcus Amaral, Renata Laguardia e Thaieny Dias foram os seis selecionados desta edição, que contará com uma série de mostras inéditas e de curta duração, que se encerra em 2017, sempre com entrada gratuita.
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