Pela fabulação de um ecossistema habitado por entes igualmente ameaçadores e cognoscíveis, a pintura de Paulo Agi incorpora uma atmosfera de tensão, mistério, estranhamento e magia: passo a passo, mata a dentro, são reveladas as personagens de um soturno safári noturno.
Em sua primeira exposição individual – apresentada na Casa Fiat de Cultura –, o artista sul-mato-grossense retrata um universo onírico onde a simbiose da fauna do Cerrado e do Pantanal traduz-se em imagens tão sombrias quanto incógnitas. A pintura de Agi atribui um caráter mítico às cenas retratadas, nas quais cada revelação ocorre no instante exato que antecede a captura: tal como nas expedições científicas, onde câmeras ocultas aguardam o momento decisivo, suas tela operam como um registro em infravermelho – desbravando a noite, alumiando o desconhecido.
Nascido na divisa de Minas Gerais com o Mato Grosso do Sul, Paulo Agi põe em cena um repertório telúrico no qual realidade e fábula coexistem; suas obras parecem anunciar uma presença furtiva que se insinua, se esquiva e se prepara para a caça. O artista emprega, para tal desígnio, efeitos embaçados, cores inusuais e enquadramentos fugidios: impõe-se o desafio de vencer a penumbra, avançando para além do ilusório, expostos a um trajeto cotejado por docilidade e selvageria – entre as garras de um réptil e um céu se anuncia luminoso.
Tal como a Quimera – figura mitológica com cabeça de leão, corpo de cabra e cauda de serpente – a exposição de Agi opera pela disputa de animalidades: diante da imagem, baixar a guarda não é uma opção.
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