É praticamente impossível não relacionar a trajetória artística de Pancetti à sua vivência na Marinha. De origem humilde, executou diversos ofícios: foi operário, auxiliar de ourives, trabalhador de redes de esgotos e faxineiro de hotel. Nos anos 1920, começa o trabalho com pintura de paredes, cartazista e auxiliar de pintor. Foi da Marinha Italiana em 1919 e ingressou na Marinha Brasileira em 1922, onde permaneceu até 1946.
Suas primeiras obras foram pintadas em 1925, quando servia no encouraçado Minas Gerais. Em 1933, em sua passagem pelo Núcleo Bernardelli, recebe orientação de nomes como Manoel Santiago, Rescála e Edson Motta, mas Pancetti só reconheceu realmente como mestre o polonês Bruno Lechowski. Com ele absorveu e desenvolveu a composição de planos geográficos, a austeridade da cor e a sutileza do traço. Pancetti adquiriu maturidade artística e aprimorou a técnica, seguindo o conselho do polonês de não abandonar a Marinha, para não ter que comercializar as obras.
As viagens não permitem que ele tenha um aprendizado regular, mas é nesse caráter quase autodidata que mora a singeleza e a singularidade de sua obra. Por circular em dois universos distintos – o cotidiano simples do marinheiro, que o lembrava da origem humilde, e o sofisticado mundo das artes, no qual era visto como gênio – teve seu temperamento dramático potencializado e buscou na força do povo a grande inspiração para a sua arte.
A paixão pelo mar é percebida nas cores e nas formas de suas pinturas, sendo as marinhas suas obras mais conhecidas. A mudança para a Bahia, em 1950, transformou sua personalidade e as obras, que explodiram em cores fortes e quentes.
O namoro entre o mar e a areia são tema recorrente da obra, sendo retratado sempre com muita emoção. Aliás, apesar do temperamento melancólico, Pancetti foi um artista muito afetivo e dizia: “Tudo o que pinto é com amor. Só sei pintar com amor”.
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