Recentemente, a Casa Fiat de Cultura realizou o restauro da imagem de Sant’Anna Mestra, obra do século XVIII, considerada por especialistas como de elevado valor histórico e simbólico para Minas Gerais. Após a restauração, a imagem da santa foi devolvida ao altar da Capela de Santana, localizada nos jardins da Casa Fiat de Cultura, onde pode ser apreciada pela sociedade.
A escultura em madeira, entalhada e policromada, é de autoria desconhecida e possui as medidas de 84,6cm x 40 x 33,5 cm. Sabe-se que a obra foi executada por artista atuante na então capitania de Minas Gerais em meados do século XVIII, munido dos requisitos básicos de erudição para a prática da arte da escultura. Por suas particularidades artísticas, como a forma, acentuado expressionismo dos traços, os drapeados das vestimentas e a utilização da cadeira em estilo Dom João V, é possível perceber que a imagem tem padrões empregados no período áureo do estilo barroco no território das Alterosas, na região de Campos das Vertentes.
A peça foi esculpida em madeira de lei, macia, com tonalidade avermelhada – possivelmente um cedro, e representa duas figuras femininas: Santana e Nossa Senhora menina. Santana pode ser vista como uma anciã sentada em cadeira de espaldar alto e braços, vermelha com rocalhas douradas nas pontas, que trás o pé apoiado em pequena banqueta dourada com almofada vermelha e, ao seu lado, a menina de pé segurando um grande livro. Ambas vestem túnicas longas sendo que a Santana tem a cabeça coberta por véu. A base de sustentação é poligonal e com pintura marmorizada em tom de azul.
Santana é a esposa de São Joaquim, mãe da Virgem Maria e avó de Cristo. Uma representação muito recorrente em todo estado de Minas Gerais, sendo apresentada como padroeira de várias igrejas e capelas dos séculos XVIII e XIX, e inclusive da Capela de Santana da Casa Fiat de Cultura. A obra pertenceu a um fazendeiro dos arredores de Belo Horizonte e foi doada à primeira dama Francisca Tamm Bias Fortes, esposa do então Governador José Francisco Bias Fortes, especialmente para homenagear a santa padroeira da capela. Segundo Célia Corsino, este restauro é um bom exemplo desse diálogo entre fé e patrimônio e mostra a importância da parceria da iniciativa privada na perpetuação da memória e identidade de um povo.
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