Exposição Presépio Colaborativo da Casa Fiat de Cultura

Exposição Presépio Colaborativo da Casa Fiat de Cultura

PRESÉPIO COLABORATIVO DA CASA FIAT DE CULTURA 

 

Após o grande sucesso de público dos anos anteriores, o Natal de Belo Horizonte ganha, mais uma vez, o Presépio da Casa Fiat de Cultura. Sob curadoria do artista plástico Leo Piló, esta edição traz o tema povos ameríndios (índios brasileiros, Incas, Maias e Astecas), numa típica mata do cerrado. Com a colaboração do público, ele foi criado com materiais reutilizáveis, em ateliê aberto, com a participação de mais de 300 pessoas.

Assim como nas edições anteriores, o público foi convidado a “pôr a mão na massa”. De 1º a 26 de novembro, quem passou pela Casa Fiat de Cultura teve a oportunidade de participar de ateliê aberto com o artista Leo Piló, para confeccionar os elementos que compõem o presépio. Na visão do artista, “esse processo de construção coletiva é extremamente enriquecedor, trazendo pluralidade para o presépio e novas experiências para os participantes”. Todo o material usado na criação – isopor, plástico, papéis e papelão – é reutilizável e foi fornecido pela Ilha Ecológica do Polo Automotivo Fiat, que tem um programa de reaproveitamento e reciclagem de dos materiais descartados no processo de produção.

A iniciativa da Casa Fiat de Cultura é apresentar essa forte tradição do estado de Minas Gerais, com a coragem de transformar, repensar e gerar novos significados. Por isso o convidado a dar vida ao projeto é Leo Piló, pois seus presépios são fruto de um puro olhar encantado, infantil e humanista sobre uma antiga tradição quase perdida, a de reconstituir, nos lares, a cena do nascimento pobre e desvalido do Menino Jesus, no seio de uma família de refugiados em terra estranha.

Como afirma o presidente da Casa Fiat de Cultura, José Eduardo de Lima Pereira, “pelas mãos de Leo, materiais reciclados e recicláveis fazem-se beleza, pela terceira vez, desde 2015, quando José e Maria, negros, velavam pelo infante em meio à forma clássica dos antigos presépios, e os materiais eram papel e papelão de refugo; a segunda versão, de 2016, transportou a cena de Belém para o espaço sideral, uma explosão poética do Cristo Cósmico de Teilhard de Chardin, onde os Magos, feitos astronautas, exibiam o brilho dos metais com que foram compostos”. O tradicional presépio ganha, nesta proposta, outra perspectiva, a de valorizar nossas origens indígenas e, mais uma vez, O Presépio.

Para 2017, Leo Piló escolheu, como tema, o nascimento do menino de uma família indígena na mata do cerrado. Além disso, o artista preparou outras duas novidades, uma relacionada ao formato dos personagens e outra ao uso dos materiais. Os Santos de Roca (tipologia de imagens sacras vestidas com trajes de tecido e que aparecem somente com cabeça, mãos e pés) foram substituídos pelos bonecos com estruturas de isopor. As roupas foram feitas em plásticos PEAD, provenientes de embalagens de produtos de limpeza, com diferentes cores e formatos, de modo a possibilitar a construção de novas estéticas.

A composição dos personagens tem inspiração em índios brasileiros, da etnia Crahó, e civilizações pré-colombianas Maias, Incas e Astecas. Na entrada do Presépio, dando “boas-vindas”, um menino índio (como São João Batista) de olhar curioso com uma jaguatirica. A Sagrada Família, composta pelo menino Jesus, Maria e José, têm traços indígenas e são figuras mais sóbrias, dando alusão ao tom sagrado.

A exuberância está nos Três Reis Magos, cada um representando uma civilização pré-colombiana. Suas vestimentas são como armaduras, inspiradas nas criações do estilista Paco Rabanne, que usa plástico e metal em composições de roupas. Para Leo Piló, os Reis Magos simbolizam o poder e domínio. “Um dos reis aponta o dedo para cima, para a estrela-guia, que também é novidade desta edição. Talvez, o único símbolo que usa a estética típica do Natal, bem chamativo e dourado”, descreve o artista.

Todos estes personagens estão numa densa mata, com fauna e flora típica do cerrado, parda, criada com papel craft. São cerca de 20 grandes árvores, entre coqueiros e bromélias. Os animais também são representados, com diversos passarinhos e outros pequenos bichos. Já as folhas das árvores são reutilizações do alumínio do Presépio da Casa Fiat de Cultura de 2016.

O artista Leo Piló

Mineiro de Belo Horizonte, Leo Piló é um artista inquieto, criativo, simples e dinâmico. Apresenta trabalhos inusitados, feitos de materiais não convencionais, treinando os olhares para novas possibilidades de construção – que revise atitudes e métodos de redução, reciclagem e reutilização – e meios de sustentabilidade. Sempre compartilhando as técnicas desenvolvidas por meio do aprendizado, o artista procura criar um elo entre arte e natureza, promovendo metodologia de reutilização de resíduos urbanos e gerando novas possibilidades inseridas na realidade atual, em termos de cultura, arte, educação, recursos econômicos e outros benefícios.

Durante quase 15 anos, o artista trabalhou na associação ASMARE e ministrou várias oficinas de cenografia, costura, novas possibilidades, papelaria e marcenaria. Um dos grandes destaques de sua carreira foi a exposição Lixoarte, que tinha como objetivo criar, com materiais recicláveis, móveis e objetos para mobiliar uma casa. Em 2014, Leo Piló criou instalações para a exposição “Recosturando Portinari na Casa Fiat de Cultura, por Ronaldo Fraga”, e, em 2015, foi o curador do primeiro Presépio da Casa Fiat de Cultura na Praça da Liberdade.

O material usado e a reciclagem

O Presépio da Casa Fiat de Cultura pretende provocar uma discussão sobre os plásticos deste mundo e a importância da sua reciclagem. Nos plásticos há uma variedade enorme de qualidade, formas e cores com inúmeros acabamentos e funções.

A produção de plástico atualmente é um grande desafio para o mundo, pois, além de demorar muito para ser decomposto, é um dos materiais mais produzidos que, acumulado, gera forte impacto ambiental. Neste sentido, “só a reciclagem pode dar conta dos plásticos”, defende Léo Piló.

Além do plástico, o isopor, o papelão e o tetrapak fazem parte da construção do cenário. O isopor é um material 100% reciclável, o que não justificaria ser descartado de qualquer maneira. Levíssimo, resistente e barato, o isopor é um dos materiais mais usados como embalagens de produtos de todos os tipos, desde os mais tecnológicos, como componentes eletrônicos ou motores, até os mais simples, como cupcakes de padaria. Todo o isopor, papeis e papelão usados no presépio deste ano vieram da Ilha Ecológica do Polo Automotivo Fiat, um projeto de reutilização dos materiais descartados na linha de produção da FIAT. Já os plásticos vieram de doações de pessoas.

Ilha Ecológica do Polo Automotivo Fiat

O Polo Fiat foi a primeira fábrica do setor automotivo do país a destinar 100% dos resíduos que gera para a reciclagem e a reutilização, como resultado do programa “Aterro Zero”. Os resíduos descartados vão para a Ilha Ecológica, dentro da fábrica em Betim, onde os materiais têm destino certo. Cerca de 80 trabalhadores fazem a triagem e o armazenamento dos resíduos, até o envio para a reciclagem e a reutilização.

Um diferencial da Ilha Ecológica é a usina de reciclagem de isopor. A tecnologia, criada pela FCA, reduz 50 vezes o volume do material. O isopor se transforma em pequenos grãos de plástico, que, enviados a uma empresa de reciclagem, são matéria-prima para fabricação de canetas e capas de CDs.

Da Ilha Ecológica também sai a matéria-prima para a Cooperárvore, cooperativa de moda sustentável, sediada no Jardim Teresópolis, em Betim, e que tem parceria da FCA. Desde 2006, 28 toneladas de cinto de segurança e tecido automotivo transformaram-se em fonte de renda para a cooperativa na criação de bolsas e outros acessórios.

 

SERVIÇO

Presépio da Casa Fiat de Cultura, com curadoria de Leo Piló

 

Período de visitação ao Presépio: 30 de novembro de 2017 a 6 de janeiro de 2018

Terça a sexta, das 10h às 21h; sábados, domingos e feriados, das 10h às 18h

Entrada gratuita

 

Informações

(31) 3289-8900

Praça da Liberdade, nº10, Funcionários | CEP: 30140-010 | Belo Horizonte/MG - Brasil
Tel: +55 (31) 3289-8900
Horário de funcionamento: terça a sexta-feira, das 10h às 21h; sábados, domingos e feriados, das 10h às 18h
Visitas agendadas sob consulta

TODA PROGRAMAÇÃO DA CASA FIAT DE CULTURA É GRATUITA

Atendimento acessível sob demanda, mediante disponibilidade da equipe.

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