Marcus Amaral apresenta telas-esculturas inéditas na Piccola Galleria da Casa Fiat de Cultura
Em exposição na Piccola Galleria, artista mineiro Marcus Amaral apresenta seu estilo peculiar de repensar o uso dos materiais, em dez obras inéditas
Matérias-primas e ferramentas do universo da engenharia e construção, deslocados de seu habitat, dão vida às instigantes telas-esculturas de Marcus Amaral, próximo artista a expor na Piccola Galleria da Casa Fiat de Cultura. Com influências da estética da Geração 80 e utilizando técnica mista, o artista apresenta sua mais recente produção em uma seleção de dez obras inéditas, que tensionam a relação entre o universo da razão e o dos sentidos. A mostra, com entrada gratuita, fica aberta ao público entre os dias 29 de novembro e 18 de dezembro e é a última exposição do ano realizada por meio do processo seletivo da Piccola Galleria da Casa Fiat de Cultura. Em 2017, mais três artistas irão realizar suas mostras no espaço.
Com um olhar sensível e poético sobre fragmentos de objetos aparentemente descartáveis o artista utiliza de sua formação em engenharia e em belas artes para dar novo significado à matéria e produzir composições que podem ser chamadas de telas-esculturas. Elementos como linhas, peças de madeira e de ferro, folhas de jornais e revistas são reunidos para formar uma série de arranjos tridimensionais com texturas e impressões sensoriais que desafiam o visitante a repensar os usos dos objetos e a infinitude das formas.
Para manipular a matéria-prima, entram em cena instrumentos típicos da construção civil, como maçaricos, sopradores de calor, serras e furadeiras. O fogo e a fumaça são elementos constantes no processo de criação das obras e ajudam o artista a extrair o potencial plástico da madeira e do papel. “Gosto de utilizar materiais nos quais as pessoas não costumam enxergar atributos estéticos, como a madeira queimada, o papel queimado. Acho que isso tem a ver com o meu ofício de engenheiro, porque observo e me inspiro, a todo tempo, com esses materiais. Daí vem também o nome da exposição, Fragmentos e Elementos, porque a matéria é um elemento muito importante no resultado final das obras que desenvolvi para a Piccola Galleria da Casa Fiat de Cultura”, destaca o artista.
Com uma linguagem artística pensada a partir de conexões estruturais, a produção de Marcus Amaral reúne técnicas artesanais e produção industrial, além do uso de formas geométricas e da tendência à reutilização de materiais, movida pelas necessidades econômicas que surgiram no século XX. Numa aproximação com a técnica da assemblage, as colagens feitas com objetos e materiais tridimensionais coletados e aplicados à arte são adaptadas à técnica peculiar do artista, baseada no princípio de que todo e qualquer material pode ser incorporado a uma obra de arte, criando um novo conjunto sem que a obra perca o seu sentido original.
A aproximação com a produção artística da década de 80, período em que Marcus se formou em Engenharia Civil pela Universidade Fumec e estudou na Escola de Belas Artes da UFMG, é evidente ao olhar. A Geração 80, como eram conhecidos os jovens artistas brasileiros do período pós Ditadura Militar, integrava a experimentação contínua ao processo criativo e incrementava o fazer rudimentar com inovações tecnológicas em uma produção rápida, que valorizava os processos artísticos e os acabamentos brutos. Esse caráter experimental e subversivo abrangia imagens, técnicas, gestos, formas, cores, materiais bi e tridimensionais, além de suportes variados. Além disso, influenciou a produção artística brasileira de forma cabal e definitiva, abrindo caminhos para a nossa contemporaneidade.
Em 2016, ano em que comemora 10 anos de atividades, a Casa Fiat de Cultura abriu as portas da Piccola Galleria, seu novo espaço para as artes visuais, em um programa de seleção de exposições individuais ou coletivas. A instituição convidou os artistas Yara Tupynambá, Miguel Gontijo, Fernando Pacheco e Umberto Nigi, que já realizaram exposições na Casa Fiat e têm visões e opiniões distintas sobre a arte para selecionar os trabalhos. Dentre os 40 inscritos, os artistas Antonio Pinto da Fonseca Junior, Daniel Pinho, Daniel Tavares, Marcus Amaral, Renata Laguardia e Thaieny Dias foram os seis selecionados desta edição, que contará com uma série de mostras inéditas e de curta duração, que se encerra em 2017, sempre com entrada gratuita.
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