Rev. Nacional

Uma promissora parceria entre J.R. Duran e a Ipsis Gráfica & Editora traz de volta a Rev. Nacional, uma ousada e prazerosa experiência entre texto e imagem. Na definição do fotógrafo, “um jardim secreto de tinta e papel”, antes com distribuição restrita para poucos, agora acessível a todos com venda aberta nas melhores livrarias do país.

Com concepção autoral e edição de arte assinada por Duran, a revista é composta em grande parte de depoimentos que permitem alcançar sem pretensões ou temas decisivos quem são os fotografados, conteúdo que caminha entre Renato Janine Ribeiro falando sobre sexo na TV e o Rio de Janeiro visto do alto em um reflexivo e literal sobrevoo do escritor Antonio José Tavares.

Explorando outros lugares inusitados como a Casa da Eny, lendário inferninho do interior paulista frequentado por Vinicius de Moraes e abordando personagens contemporâneos do país em uma gama diversificada de aspectos e opiniões que inclui o insolente masterchef  Eric Jacquin, a poderosa Anitta em momento “Zen” ou Tarso e Luciana Genro juntos em entrevista a Mario Sergio Conti, a Rev. Nacional, “rev.” de revista, não de revolução,”explica Duran, longe de ideologias, é um convite a livre expressão.

Para quem só conhece uma faceta do trabalho do fotógrafo a revista traz o também escritor, ou como ele prefere, “um fotógrafo que escreve” e claro, as fotos de Duran em retratos de famosos e beldades nuas, mas também inesperados ensaios de ingênua e transcendente beleza como um prosaico dia na praia de Boraceia ou as formas e cores de nossa flora, resultado de um passeio no mercado de flores da Av. Dr. Arnaldo, em São Paulo.

Impressa com o luxuoso papel italiano Garda Pat Kiara, garantindo uma melhor reprodução das fotos, exigência de Fernando Ullmann, diretor da Ipsis que se declara entusiasmado com a revista: “um projeto independente, irreverente e de alta qualidade. Tem a cara da Ipsis”. A Rev. Nacional terá periodicidade semestral e tiragem de 3 mil exemplares.

A ideia da revista despontou em um voo de retorno da Etiópia quando Duran sentiu o desejo de voltar seu olhar sobre o Brasil, ele pensou em algo ágil, não queria um livro, algo como fascículos onde a fotografia e o texto tivessem espaço garantido. “Queria ir atrás de lugares e situações as quais não era chamado para clicar.”  Nada de padrões, esta é a Rev. Nacional.