Exposição 4º Presépio Colaborativo da Casa Fiat de Cultura

Exposição 4º Presépio Colaborativo da Casa Fiat de Cultura

Presépio do Pipiripau, criado por Raimundo Machado Azeredo, foi inspiração para a construção de uma mini-cidade com 1.200 casinhas confeccionadas com a participação de 500 pessoas

 

Um trem atravessa uma cidadezinha arborizada onde coexistem casas e ocas, passando por bairros de construções históricas e contemporâneas. No alto da montanha, um letreiro no qual lê-se “Merry Christmas” (“Feliz Natal”, em português) anuncia as comemorações de dezembro. Das janelas do trem é possível ver diversos presépios espalhados pelas ruas, dos mais tradicionais aos mais curiosos, onde misturam-se ovelhas e lhamas. Lá atrás, um vulcão adormecido consente com os preparativos para um alegre Natal.

Essa mini-cidade imaginária é o novo Presépio Colaborativo da Casa Fiat de Cultura, construído com a participação do público e curadoria do artista plástico Leo Piló, que será inaugurado nesta terça-feira, 27 de novembro, às 19h. A 4ª edição do projeto é uma homenagem ao Presépio do Pipiripau, criado pelo artesão mineiro Raimundo Machado Azeredo e tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), e inspira a mineiridade de cada visitante que se dedicou à construção. A inauguração começa com um bate-papo com Leo Piló e, em seguida, o Coral Copasa apresentará uma cantata com regência de Eliane Fajioli. Toda a programação é gratuita e o presépio ficará aberto à visitação até 6 de janeiro.

Inspirados no Presépio do Pipiripau, que se tornou uma mini-cidade ao longo dos 82 anos em que foi construído, as 500 pessoas que participaram do Ateliê Aberto do Presépio Colaborativo mostraram o que é a mineiridade nos dias de hoje. Para o curador Leo Piló, o engajamento do público na confecção das peças foi essencial: “nesta edição, o envolvimento das pessoas transformou ainda mais o presépio. Os participantes reinventaram a ideia de cidade, deram identidade a cada bairro e cada personagem. Começamos a construir uma cidade de interior em torno de uma ferrovia, como acontecia antigamente, e com o tempo trouxemos mais tecnologia a alguns bairros de acordo com as sugestões dos visitantes que quiseram colocar aviões, por exemplo. Agora temos uma cidade mista, com o toque de cada pessoa que passou pelas oficinas”, comenta.

Como nas edições anteriores, o Presépio Colaborativo foi construído inteiramente com materiais reciclados: papelão, isopor e paletes doados pela Ilha Ecológica da Fiat e caixas de remédio vazias doadas pelo público que participou das oficinas. “O papelão foi o principal material que utilizamos neste ano. No Brasil, 66% do papel fabricado já é reutilizado, mas queremos que este número cresça e esperamos incentivar as pessoas por meio da arte”, aponta Leo Piló. Foram confeccionadas 1.200 casinhas nos 16 bairros do presépio. Entre igrejas, fábricas e quintais com balanços e roupas no varal, as janelas iluminadas e o trem em movimento dão vida à cidade. O ar interiorano do curral e da região inspirada na arquitetura de Ouro Preto é contrastado, mais à frente, com um aeroporto e ruas onde passam carros. Da área indígena à industrial, um verdadeiro encontro das tradições e das inovações em uma só cidade, trazendo a mensagem da sustentabilidade. A italianidade presente em Minas Gerais também está refletida na instalação: o bairro Nápoles é inspirado na cidade homônima da Itália, famosa pelo costume de construir presépios, e conta até com o vulcão Vesúvio.

A mini-cidade ganhou 27 presépios espalhados por seus caminhos, que variam de tamanho, formato e referência cultural para refletir a natural diversidade de uma cidade mineira. A Sagrada Família é representada por miniaturas que apresentam desde o padrão estético europeu até o indígena brasileiro acompanhado por animais pouco convencionais nas representações do nascimento de Cristo, como o tatu, por exemplo. Além das miniaturas trazidas das casas dos “presepeiros” – como foram denominados os participantes que se ocuparam de criar os presépios à sua maneira e inseri-los na cidadezinha –, outras foram confeccionadas nas oficinas, como os presépios feitos de pregos, rolhas de cortiça e vidros de esmalte.

“A Casa Fiat de Cultura tem como alguns de seus princípios a inovação, a colaboração e a sustentabilidade. Eles ganham materialidade no final do ano com o Presépio. Um projeto que nasce da criatividade de Leo Piló e ganha vida com a participação do público que, durante um mês, encarou o desafio de construir uma mini-cidade. Com características únicas a cada esquina, o Presépio Colaborativo de 2018 é um incentivo à produção artística, à reflexão sobre nosso papel na construção harmônica das cidades e um convite à imaginação dos visitantes”, afirma o presidente da Casa Fiat de Cultura, João Ciaco.

A 4ª edição do Presépio Colaborativo é uma realização do Ministério da Cultura, por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura e da Casa Fiat de Cultura, com o patrocínio da Fiat Chrysler Automóveis (FCA), Banco Fidis, Fiat Chrysler Finanças, Fiat Chrysler Participações e Banco Safra. A atividade conta com a parceria da Ilha Ecológica da Fiat, Casa Cor e Autorama Rua Sapucaí e apoio do Circuito Liberdade, Instituto Estadual do Patrimônio Histórico (Iepha), Governo de Minas e Governo Federal.

 

A inspiração do Presépio Colaborativo

Belo Horizonte é o único lugar que tem um presépio contínuo, dinâmico e presente na vida da cidade. O Presépio do Pipiripau foi construído ao longo de 82 anos, de 1906 a 1988, e narra o nascimento, a vida, a morte e a ressurreição de Cristo. A obra tem cerca de três mil objetos e 45 cenas que mobilizam 586 figuras em uma área de 20 m². Todo o mecanismo, feito de materiais reciclados, é criação do artesão Raimundo Machado Azeredo. “O que faz desta instalação ser tão importante para a cidade é que ela ultrapassa o viés religioso. Além de ser uma grande obra de arte, ela tem a mineiridade como base de sua construção, com cenas cotidianas de uma BH que surgiu planejada, mas que, por muito tempo, manteve características interioranas”, explica a coordenadora do Programa Educativo da Casa Fiat de Cultura, Clarita Gonzaga.

A homenagem ao Presépio do Pipiripau não se encerra na ideia de criar uma mini-cidade mineira. A exposição também conta com uma linha do tempo da vida de Seu Raimundo, que começou a construir o presépio aos 12 anos de idade, mostrando como a obra fez parte de toda a sua história, e inclui um áudio original do artesão explicando a origem no nome “Pipiripau”. Também serão exibidas cenas do filme “Pipiripau: O Mundo de Raimundo”, dirigido por Aluizio Salles Júnior, que mostram como Seu Raimundo criou uma obra sem equivalentes e de eterno significado para as comemorações natalinas de Belo Horizonte. Uma história que se entrelaça com a própria história da jovem capital de Minas Gerais.

Aqueles que desejarem conhecer o Presépio do Pipiripau podem visitar a instalação às quartas, quintas e sextas-feiras, às 11 e às 16 horas, e aos sábados e domingos, às 11h, 12h, 15h e 17h, no Museu de História Natural da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), localizado na Avenida Gustavo da Silveira, nº 1035, no bairro Horto.

Mais informações no link

 

SERVIÇO

Presépio Colaborativo da Casa Fiat de Cultura 

27 de novembro a 6 de janeiro

Horário de funcionamento: terça a sexta, das 10h às 21h – Sábados, domingos e feriados, das 10h às 18h

Entrada gratuita

Praça da Liberdade, nº10, Funcionários | CEP: 30140-010 | Belo Horizonte/MG - Brasil
Tel: +55 (31) 3289-8900
Horário de funcionamento: terça a sexta-feira, das 10h às 21h; sábados, domingos e feriados, das 10h às 18h
Visitas agendadas sob consulta

TODA PROGRAMAÇÃO DA CASA FIAT DE CULTURA É GRATUITA

Atendimento acessível sob demanda, mediante disponibilidade da equipe.

Atendimento acessível sob demanda, mediante disponibilidade da equipe.

Plano Anual Casa Fiat de Cultura
2024 – PRONAC 234590