As ruínas de Pompeia atraem a curiosidade de milhões de pessoas, mas poucos percebem que são nos desenhos e inscrições presentes nessas ruínas que é possível conhecer o verdadeiro cotidiano dos habitantes dessa célebre cidade, que renasce a cada nova descoberta. A palestra “Aspectos da vida cotidiana nos graffiti e nas inscrições de Pompeia, Herculano, Stabia e Oplonti”, realizada na Casa Fiat de Cultura no dia 5 de agosto, às 19h30, apresenta esses hábitos, atmosfera e espírito da Roma Antiga. Quem apresenta esse capítulo da história é o historiador italiano Angelo Russi.
A conferência é uma realização da Casa Fiat de Cultura em parceria com a Associação Cultural Ítalo-Brasileira de Minas Gerais (Acibra) e faz parte das Conversas Ítalo-Brasileiras, programação que integra as atividades da Casa Fiat de Cultura e da Acibra no Ano da Itália na América Latina. A palestra, gratuita, terá tradução simultânea e está sujeita à capacidade do espaço (200 lugares).
No universo das paredes de Pompeia, o historiador Angelo Russi pretende fazer com que o público entre em contato com a verdadeira vida das antigas cidades “napolitanas”, com o objetivo de experimentar o sabor característico do estilo e dos sentimentos do povo que desapareceu. “As inscrições parietais de Pompeia e das outras cidades atingidas no ano de 79 d.C. pela erupção do Vesúvio, mais que todas as outras evidências, são epígrafes da época antiga clássica. Elas constituem um instrumento essencial para o conhecimento da vida, dos hábitos e do espírito dos romanos antigos”, esclarece o palestrante.
Os textos dos autores clássicos representam a mais completa fonte dos costumes públicos e particulares de um povo, como o romano, que deixou uma marca profunda na história da humanidade. No entanto, as inscrições antigas da área vesuviana, breves, francas, concisas e peculiares, completam este quadro de conhecimento com pequenas nuances, preciosas por transmitirem o espírito vívido e espontâneo das pessoas que as produziram. “A sinceridade dos “grafitti” tem um enorme valor. Que importa os erros de ortografia, os desenhos grosseiros, as expressões vulgares, quando precisamente em tudo isso sentimos a humanidade da multidão anônima?”, questiona o historiador.
Russi explica que a partir dos desenhos e inscrições nas paredes, os graffiti, a vida cotidiana em Pompeia (e também em Herculano, Stabiae, Oplonti), de espírito comercial, fofoqueira, brincalhona e sentimental, é descoberta com uma vivacidade inesperada e uma verdade imediata, mostrando a cidade em seu funcionamento normal pouco antes de ser atingida pela erupção do Vesúvio. “O imenso e secular silêncio imposto sobre as ruínas das casas sem telhado e vazias, sob as arcadas desertas, praças despovoadas, parece ganhar vida, aqui e ali, de vozes de sobreviventes, doces e tristes como as nostalgias, inefáveis como arrependimentos sinceros. Reconhecemos que a vida alegre e brincalhona dos moradores manteve-se praticamente inalterada depois de vinte séculos.”, acrescenta.
Angelo Russi
Angelo Russi é Professor de História Romana na Universidade de L’Aquila (Itália), no Departamento das Ciências Humanas. Após a graduação em Letras Clássicas (1970) na Universidade de Napoli, entra na Escola Nacional de Arqueologia na Universidade de Roma. Desde o 1978 é Professor Encarregado de História Romana na Universidade de Lecce e de Epigrafem e Antiguidade Romana na Faculdade de Letras e Filosofia na Universidade da Calabria, onde em 1983 torna-se Professor Associado até 1986. Em 1991 muda-se para a Universidade de L’Aquila, onde desempenhou, entre outros, cargos de Diretor do Departamento de História e Metodologias Comparadas (1993-2004), integrante do Senado Acadêmico (1994-2004) e delegado do Reitor para os relacionamentos com os Entes Culturais (2001-2004). Em 2004 é encarregado dos ensinos de História Grega e Romana na Libera Universidade “Maria SS. Assunta” (L.U.M.S.A) de Roma até 2012, ano de fechamento da Faculdade.
Sua produção cientifica foca, principalmente, em torno de três temas: A História do “Mezzogiorno d’Italia” (área centro-sul da Itália) no período clássico antigo (com particular atenção nos aspectos politicosadministrativos) e seus reflexos nas épocas seguintes (do Medievo a os nossos dias); A História dos Estudos do Mundo Antigo, na Itália, na Europa e nos EUA também, com particular atenção às experiências historiográficas dos últimos três séculos; O Estudo da Produção Humanística – da Renascença de interesse histórico-geográfico a respeito da Itália antiga e marcadamente da época medieval.
Casa Fiat de Cultura
Instalada na Praça da Liberdade, onde integra o conjunto arquitetônico e histórico do Palácio da Liberdade e o Circuito Cultural Praça da Liberdade, a Casa Fiat de Cultura é considerada um dos mais importantes espaços para discussão e exposição das artes no Brasil, destacando-se pelo alto valor histórico, artístico e educativo de sua programação.
Com nove anos de atuação, 17 exposições e mais de 700 mil visitantes, a Casa Fiat de Cultura é responsável por reunir acervos dos mais importantes museus e coleções do Brasil e do mundo. A instituição realiza programa de palestras, sessões de cinema e atividades educativas, e se destaca por oferecer experiências qualificadas e enriquecedoras para todos os públicos, contribuir para a formação de público, ampliar o acesso à produção artística brasileira e internacional e promover o desenvolvimento humano e social. Toda a programação é gratuita e tem entre seus objetivos valorizar o patrimônio, promover o amplo acesso e a circulação dos bens culturais e a difusão das culturas brasileira e mundial.
Serviço
Conferência “Aspectos da vida cotidiana nos graffiti e nas inscrições de Pompeia, Herculano, Stabia e Oplonti”
5 de agosto, às 19h30
Angelo Russi
Entrada Gratuita
Palestra com tradução simultânea
Espaço Multiuso da Casa Fiat de Cultura
Praça da Liberdade, 10 – Funcionários – BH/MG
4º andar
Espaço sujeito à lotação (200 lugares)
Informações
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Instagram:@casafiatdecultura
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