A ideia de se comparar imagens de tempos diferentes, a partir do mesmo espaço, surgiu com a produção do livro Mundo Imperfeito e outros contos, especificamente no conto Um Dia Alucinante em BH. A narrativa possui um personagem que, num delírio, faz uma viagem no tempo em Belo Horizonte, com reflexões sobre a história urbanística da cidade. O personagem também sobe nos arcos do Viaduto de Santa Tereza, como fizeram os escritores Carlos Drummond de Andrade, Fernando Sabino, Otto Lara Resende, Paulo Mendes Campos e Hélio Pellegrino.
Seguem alguns trechos:
“Saí do parque pela avenida Afonso Pena, atravessei a rua da Bahia e então tive uma visão alucinante! Da própria avenida vi o Viaduto Santa Teresa entre as duas torres do edifício Sulacap. Não havia mais aqueles anexos que desfiguraram o projeto original do edifício, tampando a visão do viaduto!
Fiquei vários minutos ali, admirando aquilo. Era uma coisa que eu sempre sonhei em ver, mas que era impossível!”
“Continuei flanando pela Afonso Pena e percebi como ela é bonita, com aqueles mosaicos nos passeios. Muito mais bonita do que a 5ª Avenida, de Nova Iorque, que não é uma avenida e sim uma rua — e com passeios de cimento!”
“Fui até a Praça Sete e ao observar alguns prédios antigos, da época da fundação da cidade, lembrei-me de que havia lido num livro que os primeiros moradores da capital a achavam muito moderna e geométrica. Verdade, Belo Horizonte era moderníssima em relação à arquitetura colonial, como a de Ouro Preto. Essa arquitetura do final do século XIX, que me parecia tão nostálgica e acolhedora, um dia já foi considerada fria e geométrica!”
“Desci logo, na esquina com a rua Goitacazes, atraído pelas luzes de um estabelecimento que estava bem cheio. Chamava-se Café Estrela. Ao entrar e andar por entre os frequentadores, vi que eles discutiam entre si sobre política, literatura, cinema”.
(Referência ao Café Estrela, que funcionou nos anos 1920 e 1930 na Rua da Bahia, reunindo intelectuais e escritores da época, como Carlos Drummond de Andrade).
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