Texto curatorial

Texto curatorial

Por Ana Carla Soler

Ser e estar no mundo é uma poética de atravessamentos. Não se trata de algo abstrato, mas de se perceber afetado e afetando o nosso redor. Alice Yura, na sensibilidade desse intervir, encontra as relações comuns desses impactos, apresentando em sua obra a intimidade, alteridade, gênero, sexualidade e biologia que se mostram como algo constituinte da experiência humana.

Na exposição “Enquanto esperava a solidão”, Alice Yura revela um caráter fundante de todos nós: a solidão. Ela elabora essa condição e devolve ao público em forma de questionamentos em cenas cotidianas do ambiente doméstico. Nascemos, crescemos, vivemos e morremos como um corpo só, e o que temos, ao longo de nossa existência, são encontros e companhias. Nos registros da artista, percebe-se essas presenças nas roupas jogadas na cama, na desordem da casa, em cada objeto que aparece em cena e que só existe porque foi confeccionado por alguém. Assim, ficamos diante da constatação de que somos solitários, mas precisamos do outro para existir.

Aqui, nesta exposição, a solidão foge das impressões iniciais, como angústia e sofrimento, e se apresenta também como um processo de autoconhecimento e acolhimento. Assim como existem pessoas capazes de ouvir os sons absolutos, Alice Yura consegue discernir a subjetividade daquilo que nos conecta e nos aproxima uns dos outros.

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