Filho de imigrantes italianos, Pancetti retratou como ninguém o beijo entre o mar e a areia. O artista foi pintor de paredes e trabalhou na marinha brasileira – ofício que influenciou fortemente a sua obra e a relação com o mar. Autodidata, foi um dos grandes pintores do país, tendo sido premiado algumas vezes ao longo da trajetória. As marinhas são a sua faceta mais conhecida, mas ele também pintava naturezas-mortas, paisagens e retratos, em obras singulares, muito líricas e poéticas. Esta é a primeira mostra individual do artista realizada em Belo Horizonte, destacando toda a sua trajetória e jeito único de retratar o cotidiano. Com curadoria de Denise Mattar, a exposição apresenta 46 trabalhos realizados entre 1936 e 1956 – alguns nunca exibidos anteriormente para o público, como a obra inacabada “Composição – Bahia Interior o meu atelier, Itapoan” –, além de uma cronologia ilustrada e uma instalação imersiva, que reúne músicas de Dorival Caymmi, imagens e sons do mar. Também é apresentado um documentário inédito, produzido por Ula Pancetti, neta do artista. A exposição traduz o caráter afetivo e emocional de Pancetti que chegou a dizer: “Tudo o que pinto é com amor. Só sei pintar com amor”.
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