Os núcleos da exposição

Os núcleos da exposição

A exposição estará dividida em quatro núcleos que propõem reflexões sobre a importância da moda e dos saberes ancestrais na construção da identidade brasileira. “A trama de todos nós” exalta a liberdade de criação e a diversidade do povo brasileiro. “O desenho de linhas e flores” destaca a força das mulheres e da oralidade das tradições na preservação da herança cultural que une história e identidade, misturando tradição e inovação. O núcleo “o precioso popular” procura direcionar o olhar sobre as formas, as composições e os significados evidenciados pela cultura da moda. Já “o enlace do fio e do corpo” enfatiza a singularidade do diálogo entre as formas e os corpos, que traduzem narrativas e estéticas em um manifesto de beleza, plenitude, aceitação e autoexpressão. Cada um deles apresentará modelos criados com renda e chita, perfazendo um arco de 50 anos, num acervo que vai dos anos 1970 a 2024 e cria camadas de entendimento cultural, de moda e de design, ao explorar a interação entre as pluralidades visuais e comportamento.

Durante o percurso expográfico, o público reconhecerá trabalhos de consagrados estilistas brasileiros como Lino Villaventura, Marcelo Sommer, André Lima, Walter Rodrigues, Liana Bloisi, Karlla Girotto, Reinaldo Lourenço, Samuel Cirnansck, Huis Clos, Adriana Barra, Dudu Bertholini e Glória Coelho. Além de grandes nomes de Minas Gerais, como Luiz Claudio, da Apartamento 03, Renato Loureiro, Graça Ottoni, Ronaldo Fraga, Victor Dzenk e Aislan Batista. A curadoria da exposição explica que “eles revelam em suas criações a criatividade, o talento e a ousadia nesse processo de reapropriação dos códigos culturais brasileiros na moda autoral”.

Os modelos apresentados na mostra também refletem o caráter de vanguarda presente nas formas e linguagens, como o vestido de noiva de Zuzu Angel, natural de Curvelo/MG, considerada a primeira mulher estilista brasileira e pioneira em destacar a brasilidade em seus desfiles-manifesto nos anos 1970. Já o manto da artista visual Criola, revela seu olhar para a ancestralidade afro-brasileira, que ganhou atenção do mundo em sua recente criação para a equipe olímpica de skate do Brasil.    

Para destacar a importância “do fazer”, da tradição que é passada de geração em geração, a exposição apresenta alguns objetos históricos do Memorial do Bordado, como bilros, moldes e fitilhos de renda renascença. E um vídeo com depoimentos de rendeiras brasileiras que mostram suas rotinas, técnicas e histórias daquelas que estão em constante desenvolvimento e aprendizado um projeto que foi desenvolvido pelo “Museu A CASA do Objeto Brasileiro”, com coordenação do estilista Dudu Bertholini. O projeto teve o objetivo de promover a parceria entre designers e rendeiras de várias regiões do país, dando origem a alguns modelos que, inclusive, estão presentes na mostra. No vídeo é possível acompanhar a rotina das rendeiras na criação das rendas filé, bilro, labirinto, renascença, irlandesa e francesa.  

Ao observar a criação dos estilistas em cada modelo, muitas vezes não é possível perceber e identificar os tipos de renda presentes na exposição. Assim, uma parede com as características e exemplares de cada renda vão revelar a delicadeza e a precisão de cada nó, cada trama. Nesse deslocamento estimulado pelos modelos em exibição, a memória afetiva daqueles que já viram essas rendas em suas casas, seja em decoração de utensílios domésticos ou em enxovais personalizados, revela que essa tradição faz parte da vida de cada um. Além disso, em um mapa, feito especialmente para a exposição, será possível conhecer os trajetos continentais que a chita percorreu até chegar no Brasil, onde encontrou novas inspirações que fizeram deste tecido elemento essencial para a cultura brasileira. O público também poderá conferir ensaios realizados entre 2005 e 2015 pelos premiados fotógrafos de moda: Jacques Dequeker e Guilherme Licurgo.  

A cenografia criada pelos arquitetos Paulo Waisberg e Clarissa Neves para a mostra completa a experiência do visitante. Logo na entrada da Casa Fiat de Cultura, a chita é usada como matéria-prima para conduzir o olhar do público para o que será revelado. Outros elementos como moringas, bambu, palha e flores são usados para construir uma atmosfera de brasilidade. “Usamos materiais que fazem parte do nosso cotidiano como pano de fundo e invocamos objetos e texturas para auxiliar a passar a mensagem da melhor maneira para quem visitar a exposição”, explica Waisberg.  

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Atendimento acessível sob demanda, mediante disponibilidade da equipe.

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