A exposição “Pioneiros do Design Brasileiro – Cadeiras Modernistas na Casa Fiat de Cultura” é apresentada em núcleos que estimulam a compreensão da narrativa modernista revelada pelas cadeiras em exibição.
Na primeira sala expositiva, intitulada “Conexões Modernistas”, uma breve contextualização sobre esses 60 anos da produção modernista do mobiliário brasileiro pode ser acompanhada no rizoma, construído com referências extraídas de revistas da época. Ao centro dela, a “Poltrona Costela (1954-1955)”, um clássico do mobiliário. Ao observar a estrutura da poltrona Costela, é fácil entender por que ela ganhou este nome. Seus criadores, Carlo Hauner e Martin Eisleir, ficaram conhecidos pelo traçado de linhas elegantes e curvilíneas e pela mistura de materiais na produção de seus móveis. A obra veio diretamente do acervo do Museu Casa Kubitschek, reforçando as celebrações dos 80 anos do Conjunto Moderno da Pampulha.
O prédio modernista da Casa Fiat de Cultura, da década de 1960, que exibe o maior painel de Portinari em Minas Gerais, de 1959, faz diálogo com as obras da época. No hall principal, as cadeiras são amparadas por um tablado que “parafraseia” Niemeyer em suas curvas. O núcleo “Palácio das Cadeiras” evidencia a volumetria das obras, concentrando as maiores peças em exibição. A premiada Cadeira Gaivota (1988), primeira peça criada pelo francês Reno Bonzon, é uma das obras que integrará este espaço. Ela recebeu o 3º Prêmio Design Museu da Cadeira Brasileira, em 1988, e no mesmo ano ganhou o prêmio Movesp. Dois anos depois, foi escolhida como a melhor peça do mobiliário nacional na I Bienal Brasileira de Design. Outro exemplar de destaque neste núcleo é a “Poltrona Oscar (1956)”, em jacarandá e palhinha, criada por Sérgio Rodrigues como uma homenagem a Niemeyer. Outro destaque deste espaço é a peça icônica de Flávio de Carvalho, “Poltrona FDC 1” (1950). Considerada, na época, como peça de avant-garde, seu encosto, em tiras de couro, remete à arte indígena, lembrando uma máscara ou pintura tribal. Esta obra continua impressionando pelos traços minimalistas.
Ao subir as escadas, o público poderá percorrer o Salão dos Pioneiros Modernistas. Dispostas em formato de um semicírculo, estão obras de extrema relevância para o modernismo brasileiro, como a “Cadeira Curva (1962)”, de Joaquim Tenreiro. Confeccionada em jacarandá e com assento em palha natural, a cadeira Curva traz em suas proporções um novo discurso formal de leveza, que só foi possível por meio do uso da madeira brasileira. Os pés muito finos, conhecidos como pés palitos, são presença constante no mobiliário desse designer, escultor, pintor, gravador e desenhista português, que dedicou sua carreira à criação de móveis. A italiana Lina Bo Bardi foi um marco não apenas nas edificações arquitetônicas, como também na história do design de mobílias no Brasil. Na Cadeira Tripé (1948), ela faz uma referência ao design das redes indígenas, por sua aderência às formas do corpo, além de trazer um toque popular e artesanal à obra. A “Cadeira Girafa (1986)”, desenhada por Lina Bo Bardi em conjunto com os arquitetos Marcelo Ferraz e Marcelo Suzuki, também poderá ser conhecida pelo público. Com estrutura simples e dimensões reduzidas, o desenho da cadeira faz referência à girafa, dada a altura do espaldar em forma de “T”. A “Cadeira Mulher (1989)”, de Pedro Useche, finaliza o percurso sinalizando a transição de estilo e revelando o que viria ser, um pouco mais a frente, o design contemporâneo, que traz em suas formas o figurativo.
Como complemento importante para a narrativa criada na mostra, o percurso expositivo é finalizado na Memorabilia. Livros, quadros, postais, documentos e miniaturas ilustram referências de época trazendo lembranças dos tempos modernos. Haverá, ainda, quatro cadeiras, onde o público pode se sentar, experienciando a passagem estética ao longo dos anos: uma cadeira colonial, uma industrial (pré-moderna), uma moderna, e uma pós-moderna.
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