A conservação do painel de Portinari será feita pelo Grupo Oficina de Restauro, mesma equipe de especialistas que realizou a restauração da obra em 2013, quando a Casa Fiat de Cultura assumiu a salvaguarda da obra. De acordo com a coordenadora do projeto, Rosângela Reis Costa, “o exercício de avaliação e intervenção periódicas ao painel é essencial para que o trabalho original do pintor seja preservado, evitando perdas irreparáveis ou a necessidade de nova restauração, medida tomada, apenas, quando a obra já está muito danificada pelo tempo e por manuseio indevido”.
Com o intuito de sensibilizar as pessoas quanto à relevância da preservação do patrimônio público e do minucioso trabalho de conservação de uma obra de arte, o ateliê, que será montado no hall principal da Casa Fiat de Cultura, ficará aberto à visitação, com entrada gratuita, para receber estudantes de artes plásticas, restauro, museologia e demais interessados. “A Casa Fiat de Cultura, como guardiã desse importante patrimônio da história da pintura e da arte brasileiras, sente-se muito feliz em mostrar ao público o trabalho dos restauradores: agindo silenciosa e ocultamente, esses homens e mulheres são a ponte que liga nosso belo passado às gerações futuras”, destaca o Presidente José Eduardo de Lima Pereira.
Processo delicado, o trabalho de conservação será feito em quatro etapas.
1ª etapa: O painel será higienizado por inteiro, com o uso de trincha (um tipo de pincel) de cerdas macias para retirar a poeira; pontualmente, um solvente será usado para remoção de possíveis manchas causadas por excrementos de insetos.
2ª etapa: Fixação das películas de tinta em descolamento e dos craquelês, microfissuras na pintura. Isso ocorre porque a umidade do ar influencia o inchaço e a retração da madeira compensada, que é base do painel, e a tinta que o cobre não acompanha esses movimentos naturais da madeira, sofrendo pequenas rachaduras.
3ª etapa: Serão feitos retoques nas perdas do painel. Trata-se de pequenos pontos onde a tinta se soltou completamente, e, por meio do estudo das cores e das técnicas usadas pelo artista, é possível recuperar a pintura. As lacunas serão cobertas com uma massa base de preparação e, depois, revestidas com aquarela e guache profissionais. O uso de tintas diferentes das que Portinari usou – têmpera e óleo – deve-se ao princípio de que toda intervenção feita em obras de arte deve ser reversível, ou seja, precisa ter a possibilidade de ser removida. “Caso novos estudos demonstrem que há melhores técnicas para conservação e restauração ou a técnica atual venha a apresentar problemas, ela será removida sem causar danos à pintura original. O retoque do profissional de conservação deve se assemelhar à pintura do artista, mas a tinta usada deve ter uma composição química diferente, para que, em uma possível remoção com determinado produto, a tinta original não seja removida junto”, explica Rosângela.
4ª etapa: A última etapa da conservação é a imunização preventiva contra a infestação de cupins, um dos principais problemas encontrados pela Oficina de Restauro na intervenção feita em 2013. O imunizante é passado nas bordas da obra, onde a madeira é aparente.
Serviço
Visita ao ateliê de conservação do painel de Candido Portinari
Período: 8 a 11 de agosto
Horário: das 10h às 18h (com intervalo entre 12h e 13h)
Entrada gratuita.
Praça da Liberdade, nº10, Funcionários | CEP: 30140-010 | Belo Horizonte/MG - Brasil
Tel: +55 (31) 3289-8900
Horário de funcionamento: terça a sexta-feira, das 10h às 21h; sábados, domingos e feriados, das 10h às 18h
Visitas agendadas sob consulta
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Atendimento acessível sob demanda, mediante disponibilidade da equipe.
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